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Até no pódio da derrota cheguei em segundo

Sou um atleta da derrota,
faço dela meu legado.
Não que eu perca sempre,
vitórias são inevitáveis, até para um talento como eu.
Mas perco sim, no que realmente importa,
nas questões verdadeiras da existência.
Além de, claro, nas questões falsas,
onde perco a verdade com muita maestria.

Me perco em memórias,
essas mesmas perdidas, inventadas.
Perco a realidade de vista.
Perco a confiança e me vejo, vez por outra, querendo ganhar.
Vontade que logo se perde.
Mas há algo que carrego comigo,
Uma vitória diária me incomoda.
Não por ser vitória,
mas por ser necessária.
É preciso ganhar a vida para perder.

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Diego C. Sampaio

Contista e cronista de qualidade discutível (aviso de pseudopoemas na pista), escrevo na intenção de ganhar biscoito de amigos, inimigos e desconhecidos